ERNESTO BOZZANO



Ernesto Bozzano nasceu em Gênova, Itália em 9 de janeiro de 1862, quarto filho de um total de cinco irmãos de uma família abastada.
Positivista dos mais eméritos, Bozzano apaixonou-se por todos os ramos do saber humano, entregando-se ao estudo dos grandes filósofos. Dos postulados materialistas passou a esposar uma forma de materialismo dos mais intransigentes, o que levou a declarar mais tarde: "Fui positivista-materialista a tal ponto convencido, que me parecia inverossímel pudessem existir pessoas cultas, dotadas normalmente de sentido comum, que pudessem crer na existência e sobrevivência da alma".
Em 1891 o professor Ribot, diretor da "Revista Filosófica", informou-o do lançamento da revista "Anais das Ciências Psíquicas", dirigida pelo Dr. Darieux, sob a inspiração do professor Charles Richet. A sua primeira impressão sobre a revista foi desairosa, dado o fato de considerar verdadeiro escândalo a circunstância de representantes da ciência oficial discutirem seriamente a possibilidade da transmissão do pensamento de um a outro continente, da aparição de fantasmas e das casas mal-assombradas. O prof. Rosenbach de Peterburgo escrevera violento artigo na "Revista Filósofica", contra a introdução desse novo misticismo no domínio da psicologia oficial. Na edição subsequente, Richet refutou ponto por ponto, as afirmações errôneas de Rosenbach e as suas inconsistentes considerações, tendo esse artigo o mérito de convencer Bozzano. Nesses mesmos dias aparecia o famoso livro de Gurney, Podmore e Myers: "Fantasmas dos Vivos", relatando grande número de casos devidamente controlados e bem documentados. Os últimos resquícios de dúvida de Bozzano em torno da crença na existência de fenômenos telepáticos foram assim dissipados. Daí por diante dedicou-se, com fervor, ao estudo dos fenômenos espíritas, através das obras de Kardec, Léon Denis, Delanne, Gibier, Crookes, Wallace e outros.

Pesquisador profundo e meticuloso, escreveu mais de trinta e cinco obras, todas de caráter científico. Organizador de estudo experimental, com o valioso concurso de 76 médiuns. Elaborou nove monografias inconclusas. Essa a folha de serviço de um dos mais eruditos pensadores e cientistas italianos. Seu nome: Ernesto Bozzano.

Numa época em que o Positivismo empolgava muitas consciências, Bozzano demonstrava-lhe nítida inclinação. Dos postulados positivistas gravitou para uma forma intransigente de materialismo, o que o levou a proclamar mais tarde: Fui um positivista-materialista a tal ponto convencido, que me parecia impossível pudessem existir pessoas cultas, dotadas normalmente de sentido comum, que pudessem crer na existência e sobrevivência da alma.

O fato de representantes da Ciência oficial levarem a sério a possibilidade da transmissão de pensamento entre pessoas que vivem em continentes diferentes, a aparição de fantasmas e a existência das chamadas casas mal-assombradas escandalizava Bozzano.

Somente após ler diversas outras obras é que Ernesto Bozzano resolveu dedicar-se com afinco e verdadeiro fervor ao estudo aprofundado dos fenômenos espíritas, fazendo-o através das obras de Allan Kardec, Léon Denis, Gabriel Delanne, Paul Gibier, William Crookes, Alexander Aksakof e outros.

O estudo pormenorizado dos mesmos levou-o a tornar-se mais tarde um de seus mais importantes escritores. Era um pensador positivista. Suas primeiras incursões nos estudos do fenômeno espírita, através dos trabalhos de Alexandre Aksakov em Animismo e Espiritismo e Os Fantasmas da Sala de Estar (Phantasms of the Living) de Gurnes Myers, converteram-no definitivamente em um pesquisador psíquico.

Bozzano começou e escrever artigos sobre mediunidade à partir de 1900.

Foi Presidente de Honra do 5° Congresso Espírita Internacional, realizado de 1 a 10 de setembro de 1934, em Barcelona, Espanha. Por sua atuação e obra recebeu uma belíssima medalha de ouro dos espíritas ingleses, que continha a seguinte frase "Ao grande Mestre da Alma, Ernesto Bozzano, que abriu novos horizontes radiosos à humanidade sofredora, de seus amigos e admiradores"
Como medida inicial para um estudo profundo, Bozzano organizou um grupo experimental, do qual participaram muitos professores da Universidade de Gênova.

No decurso de cinco anos consecutivos, graças ao intenso trabalho desenvolvido, esse pequeno grupo propiciou vasto material à imprensa italiana e, ultrapassando as fronteiras, chegou a vários países. Havia-se obtido a realização de quase todos os fenômenos, culminando com a materialização de seis Espíritos, de forma bastante visível, e com a mais rígida comprovação.

Dentre suas mais de trinta e cinco obras escritas, citamos “A Crise da Morte”, A Hipótese Espírita e as teorias Científicas”, “Animismo ou Espiritismo”, “Comunicações Mediúnicas entre Vivos”, “Pensamento e Vontade”, “Fenômeno de Transfiguração”, “Metapsíquica Humana”, “Os Enigmas da Psicometria”, “Fenômenos de Talestesia”, etc.

O seu devotamento ao trabalho fez com que se tornasse, de direito e de fato, um dos mais salientes pesquisadores dos fenômenos espíritas, impondo-se pela projeção do seu nome e pelo acendrado amor que dedicou à causa que havia esposado e que havia defendido com todas as forças de sua convicção inabalável.

Um fato novo veio contribuir para robustecer a sua crença no Espiritismo. A desencarnação de sua mãe, em julho de 1912, serviu de ponte para demonstração da sobrevivência da alma. Bozzano realizava nessa época sessões semanais com um reduzido grupo e com a participação de famosa médium. Realizando uma sessão na data em que se dava o transcurso do primeiro ano da desencarnação de sua genitora, a médium escreveu umas palavras num pedaço de papel, as quais, depois de lidas por Bozzano o deixara assombrado. Ali estavam escritos os dois últimos versos do epitáfio que naquele mesmo dia ele havia deixado no túmulo de sua mãe.

Bozzano Desencarnou em 7 de julho de 1943, na mesma cidade do seu nascimento.



Fontes de consulta:


1. - http://www.terraespiritual.locaweb.com.br/espiritismo/biografia50.html

2. - ABC do Espiritismo, de Victor Ribas Carneiro e Personagens do Espiritismo", de Antonio de Souza Lucena e Paulo Alves Godoy. Anuário Espírita de 1966, Araras, Ide, 1966

4 comentários:

JPBARROS disse...

nao tenho conhecimento do trabalho de Ernesto Bozzano, mas fiquei cusioso e consegui o livro - Os Enigmas da Psicometria - vou ler
Vou seguir suas postagens
Um abraço

Norma Villares disse...

Que maravilha Yolanda, uma biografia de Ernesto Bozzano. Foi um grande pesquisador.
Um grande abraço

Norma Villares disse...

Muito Yolando, trazer o grande pesquisador Bozzano.
Beijos

Yolanda disse...

Ernesto Bozzano fez inúmeras pesquisas no campo da espiritualidade. Grata pelos comentários.
Abraços

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Legal comentar, fico feliz. Muito obrigada